Brasil x Senegal: Melhores momentos e resultado – Amistoso Internacional – 15/11/2025
Em tarde movimentada no norte de Londres, o Brasil venceu Senegal por 2 a 0 em amistoso internacional disputado neste sábado, no Emirates Stadium, às 13h (de Brasília). Com um primeiro tempo de muita intensidade, coordenação e brilho individual, a seleção abriu vantagem cedo e administrou com segurança na etapa final, mantendo a evolução que Ancelotti vem esculpindo jogo a jogo.
BRASIL X SENEGAL – MELHORES MOMENTOS
1° TEMPO: DOMÍNIO, PRESSÃO E BRILHO DOS PROTAGONISTAS
O Brasil começou elétrico. Logo nos primeiros instantes, a pressão alta já rendeu uma finalização de Vini após passe errado do goleiro Mendy. O ritmo seguiu intenso, com Matheus Cunha quase abrindo o placar em chute colocado que beliscou a trave.
A equipe de Ancelotti se impôs pelo encaixe perfeito das pressões individuais. Casemiro comandava tudo: desarmes, coberturas, distribuição, de forma muito dominante. Ele mesmo chegou perto de marcar em cabeçada firme após cobrança de falta pela direita, defendida por goleiro senegalês.
O volume era alto e as triangulações fluíam com naturalidade. Na zona de ataque, muitas vezes, Bruno Guimarães se projetou como um meia ofensivo, combinando bem com Estevão. Em uma dessas infiltrações pela direita — jogada característica do volante pelo Newcastle —, Bruno cruzou na medida para Cunha, que carimbou o travessão em cabeceio quase perfeito. Ficou no quase.
A recompensa veio na sequência: em jogada iniciada pelo capitão brasileiro, a bola sobrou para Estevão dentro da área. O garoto, iluminado, finalizou de chapa e com muita categoria, abrindo o placar após insistência ofensiva bem trabalhada. Aos 18 anos, ele se isola como o artilheiro da Seleção Brasileira na Era Ancelotti, com 4 gols.
Pouco depois, em cobrança ensaiada, Casemiro apareceu sozinho na segunda trave, dominou com frieza e bateu com classe para ampliar. Um lance que escancarou a leitura de jogo e a liberdade que ele teve para ocupar o espaço certo no momento certo.
Mesmo com a vantagem, o Brasil seguiu agressivo, enquanto Senegal tentou crescer no fim da etapa. A equipe africana empilhou finalizações em sequência dentro da área, mas todas pararam em blocos defensivos bem coordenados, sem sequer exigir intervenção do goleiro. A seleção foi ao intervalo com controle, intensidade e organização em todas as fases.
2º TEMPO: JOGO MAIS ABERTO E GESTÃO DA VANTAGEM
A segunda etapa começou com susto: Ederson se enrolou ao tentar sair jogando curto, perdeu a bola pressionado por Nicolas Jackson e viu Ndiaye acertar a trave com o gol vazio. Um momento de desconcentração raro num jogo até então impecável.
A resposta veio de imediato, também a partir da pressão alta. Casemiro interceptou um passe arriscado de Mendy, e Rodrygo quase marcou, salvo por corte providencial do experiente Koulibaly. O duelo se abriu, ficou franco, acelerado, com idas e vindas que favoreceram Vini Jr., muito à vontade para atacar espaços e criar superioridades, especialmente pelo lado esquerdo. Em uma das melhores jogadas, o camisa 7 infiltrou, cruzou de trivela e quase encontrou Estevão, cortado no limite pela zaga senegalesa.
Com o passar do tempo, as mudanças de Ancelotti tentaram renovar o fôlego e manter o bloco defensivo compacto. Gabriel Magalhães saiu lesionado, Militão recuou para a zaga e Wesley entrou bem, fazendo intervenções seguras. Na reta final, com Paquetá, Luiz Henrique, Fabrício Bruno e Caio Henrique, o Brasil reorganizou seus setores e administrou o ritmo sem perder solidez.
No fim, ficou a sensação de que o plano funcionou, e de que o time está confortável dentro da identidade que o treinador vem construindo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais do que um simples amistoso, o duelo em Londres serviu como termômetro preciso do estágio atual da seleção. A vitória reforça a sensação de que o trabalho ganhou forma, especialmente pela maneira coordenada como a equipe se comporta sem a bola e pela clareza do plano ofensivo.
Entre os destaques, Éder Militão teve atuação de gala. Foi lateral quando o confronto pediu amplitude e zagueiro quando a estrutura precisou de solidez, sempre esbanjando leitura de jogo. No ataque, Matheus Cunha fez aquela partida que nem sempre vira manchete, mas que qualquer treinador valoriza. Sacrificial, inteligente, conectando setores, oferecendo apoios e ataques ao espaço. Foi peça-chave para que o Brasil mantivesse fluidez e presença constante no terço final.
Mas o coração desse time esteve, mais uma vez, na dupla de volantes. Bruno Guimarães e Casemiro parecem cada vez mais um só organismo, sincronizados tanto na pressão quanto na criação. Desde a primeira convocação, Ancelotti deixou claro que eles seriam sua prioridade. Juntos, ditam ritmo, organizam o bloco e dão sustentação para que os homens de frente respirem e criem. São, sem disfarces, a espinha dorsal que Carlo prepara para a Copa.
A boa seleção de Senegal teve momentos de pressão, principalmente pelas pontas, mas esbarrou em um Brasil atento e muito disciplinado. Um amistoso, sim, mas jogado com densidade, intenção e sinais muito claros de evolução.
Foto: Sportbuzz / Getty Images
