Brasil x Tunísia: Melhores momentos e resultado – Amistoso Internacional – 18/11/2025
Em noite morna na Decathlon Arena, em Lille, o Brasil empatou com a Tunísia por 1 a 1, em amistoso realizado às 16h30 (de Brasília) desta terça-feira. A Seleção Brasileira saiu atrás, buscou o empate ainda no primeiro tempo com pênalti convertido por Estêvão e teve a chance da virada na etapa final, mas Lucas Paquetá desperdiçou a segunda cobrança. Um amistoso de domínio irregular a pouco mais de um semestre da Copa do Mundo 2026.
BRASIL X TUNÍSIA – MELHORES MOMENTOS
1° TEMPO: DOMÍNIO SEM CLAREZA, EMPATE JUSTO
O Brasil começou tentando acelerar pelo meio, e logo aos 10 minutos Matheus Cunha girou bem sobre a marcação e encontrou Rodrygo aberto pela esquerda. O camisa 10 até errou o domínio, mas a bola sobrou limpa para o chute com a canhota na entrada da área. Ela ia vencendo o goleiro, até que Talbi apareceu num carrinho salvador. Foi a primeira grande chance da noite.
Aos 22, veio o castigo. No setor mais vulnerável da Seleção, Abdi arrancou pela esquerda após erro de Wesley, temporizou e achou Mastouri entre os defensores. O atacante recebeu em ótimas condições e finalizou na saída de Bento. Um 1 a 0 que espelhava bem o plano tunisiano: linhas compactas, transições verticais e paciência para explorar os buracos brasileiros.
Mesmo com mais volume, a Seleção Brasileira criava pouco. Na bola parada, quase chegou ao empate: aos 37, Rodrygo bateu falta com curva no canto direito, obrigando Dahmen a uma defesa de ponta de dedo. A resposta real veio aos 40, quando o VAR identificou toque de mão em escanteio. Após revisão, o pênalti foi marcado. Estêvão beijou a bola, ajeitou com calma, correu confiante e deslocou o goleiro com um chute seco no canto alto direito — gol maduro, quase de veterano.
O intervalo chegou com um 1 a 1 coerente: o Brasil teve domínio, mas pecou na recomposição e ofereceu espaços demais; a Tunísia se fechou bem, mas também permitiu que o Brasil jogasse.
2° TEMPO: UM ADEUS TÍMIDO À TEMPORADA
A etapa final começou travada. O Brasil rondava o ataque, mas sempre esbarrava em bloqueios. O jogo entrou num estado protocolar que interessava mais à Tunísia.
Aos 15, Éder Militão sentiu dores e precisou ser substituído, entrando Fabrício Bruno — motivo de preocupação pelo histórico recente do zagueiro do Real Madrid. Ancelotti aproveitou para mexer também no meio-campo, lançando Paquetá e Fabinho. Mesmo assim, a partida seguiu arrastada, com poucas quebras de expectativa.
Aos 31, numa jogada quase morta na linha de fundo, Vitor Roque foi puxado e sofreu pênalti. Parecia o momento da virada, mas o destino pesou a mão. Paquetá, escolhido para cobrar, hesitou diante da postura estática do goleiro e buscou o ângulo. A bola subiu demais e saiu por cima do travessão. Um lance que dizia muito da noite brasileira: indecisão, pouco brilho e uma pressão que não se traduzia em eficácia.
No último lance, Estêvão ainda fez valer o protagonismo: arrancou, driblou dentro da área e bateu cruzado, rasteiro, carimbando a trave. Ele merecia o gol. O Brasil, talvez não.
O segundo tempo revelou uma Seleção que não ofereceu perigo real. Finalizações para fora, chutes travados, desorganização defensiva e um ritmo sempre abaixo do necessário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E PRÓXIMOS CONFRONTOS
O empate deixa a sensação de um segundo tempo burocrático. O Brasil manteve a bola, mas pouco agrediu; a Tunísia se protegeu no próprio conforto.
Entre as ausências da noite — que vão para além das incógnitas ainda abertas nas laterais — chama atenção a necessidade de Vinicius Júnior assumir protagonismo na Seleção. Papo antigo, é verdade, mas não é cobrança desmedida; é o papel que lhe cabe como maior jogador brasileiro do momento. Em jogos travados, difíceis, é dele que se espera o gesto que vira a maré. Hoje, porém, e mais uma vez, foi levado pela corrente.
No contraponto, Estêvão segue crescendo. Não só decide jogadas, mas muda o humor do time quando acelera e encontra brechas onde não havia. E é por isso que a volta de Raphinha, titular hierárquico desse ciclo, abre um dilema quase inevitável para Ancelotti. Problema bom, mas problema grande.
Apesar dos pesares, há um ponto que não pode se perder de vista: o trabalho de Ancelotti tem forma, tem intenção e, quando o time respira, tem até uma leveza que andava rara na Seleção. Dá para enxergar o que o Brasil quer fazer com a bola — os triângulos curtos, as aproximações, a movimentação. Em pouquíssimas convocações, Carlo tenta devolver ao time uma identidade que ficou suspensa por quase três anos desperdiçados do ciclo. É até injusto que incomode tanto quando o plano A e o plano B emperram, pois falta tempo, faltam testes, faltam variações para noites em que o jogo não flui.
O Brasil terá seus últimos testes pré-Copa em março de 2026, contra França e Croácia. Tempo curto, dúvidas importantes e respostas que começam a se tornar urgentes.
Foto: Franco Arland / Getty Images
